segunda-feira, abril 02, 2012

ArkeoDive Team







terça-feira, dezembro 13, 2011

Capela Nossa Senhora das Ondas

Estação do Louriçal

segunda-feira, novembro 28, 2011

Sede 1224

1224 MDO

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Cachimbo - uma nova paixão, um novo amigo

Partilho convosco uma nova paixão.

Mais que um simples acto de intelectualidade ou prazer fumar cachimbo é uma arte.

Noutro dia, no Largo do Chiado,junto à celebre estátua de Fernando Pessoa, entrei na Casa Havaneza, especialista em cachimbos e charutos desde 1864, e conversei durante mais de uma hora com uma das colaboradoras. A sua forma simples e culta de partilhar comigo os seus conhecimentos sobre a arte de se fumar cachimbo fizeram-me vir para casa devorar páginas e páginas de artigos sobre o assunto disponíveis na web. No dia seguinte, já com a lição estudada, regressei à loja e comprei o meu primeiro cachimbo, as ferramentas necessárias e uma saqueta de tabaco Dinamarquês da marca Borkum Riff com ligeiro sabor e aroma a Champanhe.

No outro dia, à conversa com o meu primo, sem dúvida um dos meus melhores amigos, descobri que há mais de quarenta anos, quando regressou da Guerra Colonial (Moçambique) também ele comprou um cachimbo, mas apenas o utilizou uma vez. Eis o meu segundo cachimbo, mas este com um valor sentimental acrescido e incalculável.

Possuidor de dois cachimbos, ambos com o fornilho fabricado em madeira de raíz de Urze, dou agora os meus primeiros passos nesta arte sem fim.


Aos interessados deixo por curiosidade alguns links acerca da temática:


http://pt.wikipedia.org/wiki/Cachimbo

http://jopa.no.sapo.pt/cachimbo/cachimbo.htm

http://atabacariaonline.shopping.sapo.pt/ATabacariaOnline/tabid/64/CategoryID/184/List/1/Level/1/Default.aspx

http://www.cachimboclube.pt/

http://www.amigosdocachimbo.com.br/artigos/art_cachimbo01.htm

"Escadas Rolantes"

Acordei um dia de manhã com o corpo suado da “ferozidade” dos sonhos que tivera minutos antes enquanto lutava paulatinamente para dormir. Acordei repentinamente e com o sol a entrar pelas vidraças da janela do quarto agradeci a mim mesmo por mais uma manhã de vida. As coisas já estavam todas ensacadas, prontas para a viagem, apenas faltava arrumar tudo bem arrumado no interior do espaço limitado do meu carro. Depois de todas as tarefas concluídas era já hora de regressar à família calorosa que me acolhe. Foram apenas 230 quilómetros mas pareceram um milhão – tamanha era a minha vontade de chegar ao destino. Para depois do jantar ficou logo agendado um café entre amigos, só não esperava que esse simples café num fim de dia de domingo fosse tão significativo para a brusca mudança da minha vida.
Enquanto me distraía a fumar um cigarro e a beber o último gole de um café Sical, por sinal bastante mal tirado e até mesmo queimado pela demora no interior do cachimbo da máquina, apreciava a monotonia cíclica das escadas rolantes do edifício. Pessoas, pessoas, pessoas, uma infinidade de pessoas, todas a fazerem exactamente o mesmo: ascenderem ao piso superior, exactamente o piso onde eu me encontrava calmamente a conversar com um casal de grandes amigos. Neste preciso momento não lhes estava a dar nenhuma atenção – fiquei colado a olhar aquelas escadas rolantes.
Como que de um flash repentino se tratasse surgiu no último degrau das escadas, o último naquele momento, o primeiro noutros, uma silhueta simples, disfarçada, bela.
Os seus olhos brilhavam de uma forma tão única que quase me cegavam. Foi como que um copo de chá quente numa tarde fria de Inverno ou um pedaço de chocolate amargo que se aprecia meigamente pela noite dentro enquanto se fuma um aromático tabaco em cachimbo e se lê um bom livro.

Hoje penso naquela noite e felicito-me a mim mesmo por lá ter estado naquele lugar, naquela hora, naquela cadeira, naquele ângulo.




Obrigado Joana, Tina e António por me ensinarem a voltar a sorrir.

quarta-feira, julho 08, 2009

Experiências Subaquáticas - Naufrágio do "Prim" - Figueira da Foz





Surgem os primeiros disparos de experiência. A água estava bem ao jeito do "Red Sea". Descíamos para contemplar o naufrágio do carregueiro "Prim", a quase 30 metros de profundidade, quando se verificou que a âncora do nosso barco de apoio não estava no sitio certo. Agarrado ao cabo deu para mandar uns disparos só para me deliciar com a qualidade das novas aquisições: Caixa estanque da Ikelite e máquina Canon G9. Obrigado Nuno Gonçalves, grande amigo.

quinta-feira, julho 02, 2009

Pedaços de pão

Ali na esquina da Rua Marquês de Pombal, numa calçada gasta pelas rodas de ferro dos antigos carros de bois e burros, cruzam-se idades igualmente gastas pelo tempo. Teias de aranha molhadas pelo orvalho húmido da noite que já passou. Uma aranha luta para caçar alimento para o novo dia e para a sua nova cria. De milhares de ovos só um deu origem a um novo ser. Motivo de alegria para a jovem mãe. Biologias à parte.
O chão está coberto de lixo urbano. A ruela parece ser o novo aterro sanitário do município, mas as sandálias geriátricas passam ao lado de tal realidade que já faz parte integrante do seu “modus vivendi”.
O contentor do lixo há muito que não é despejado. Dizem as línguas de café que os serviços municipalizados já não têm verba financeira para tal manutenção diária. Agora, os senhores da noite e dos carros do lixo já dormem sossegados com os canais respiratórios livres de cheiros nauseabundos.
Mesmo assim, sob tamanha realidade sufocante, o quotidiano continua a prevalecer. Os hábitos diários da mendicidade continuam a encontrar refúgio nesses reservatórios de subprodutos domésticos. Mãos negras e suadas rasgam os sacos do lixo numa incansável luta pela sobrevivência do momentâneo segundo. Basta um pequeno resto de pão duro para tapar na boca dos sem-abrigo os buracos vazios pela falta de alimento. Custa-me ser observador atento de tais realismos escuros. Custa-me permanecer impávido e sereno prostrado na plateia deste cenário escravizado pela minha impotência.
A outra face da moeda é ainda mais cruel. Jovens que vêm do nada e que agora tendo tudo quase se esquecem das suas humildes e paupérrimas raízes. Agora deixa-se de andar descalço, sujo e rasgado para se envergarem futilidades milionárias ganhas ao segundo, até mesmo enquanto se dorme. São os opostos, que neste caso especifico não se atraem. Há o “oito” e o “oitenta” e o meio-termo teima em sumir-se. Parece-me que o problema não está em existirem ricos, mas sim em existirem tantos pobres a mendigar pelas ruas da amargura. Pois, enquanto uns lutam constantemente por um pedaço de pão seco e duro outros esbanjam milhares em garrafas de champanhe caríssimo e afins.

Só Deus sabe o sofrimento que lhes vai na alma faminta de conforto, de ternura, de carinho e de pão.

Só Deus sabe quantos lhe suplicam diariamente pelo "pão nosso de cada dia nos dai hoje".

quinta-feira, março 26, 2009

"Mais que o teu corpo"

Uma sequência de três fotografias.
Um 5º andar do céu.
Uma composição arbitrária em torno de uma vela de fragrância.
Um livro de poesia de Manuel Alegre.
Um Sentimento fotográfico espontâneo.




















sexta-feira, março 20, 2009

"O Património Arqueológico Subaquático: um tesouro a preservar"

Apraz-me colocar aqui no Tosta Mista um artigo publicado na Revista da Armada acerca do Património Arqueológico Subaquático.



"O Património Arqueológico Subaquático: um tesouro a preservar"



in Revista da Armada Março 2009



ENQUADRAMENTO

“O que nos interessa sobretudo na História será dar (…) conteúdo eterno ao que acaba por aparecer como um empoeirado, como um arqueológico episódio do passado (Agostinho da Silva - filósofo).”



"Quando falamos de património arqueológico subaquático é neste interesse de dar conteúdo eterno que estamos essencialmente a pensar. Queremos que estas peças de cultura sejam investigadas, analisadas, preservadas e possam ser partilhadas como património comum da humanidade".



"Este património é diversificado e é constituído, principalmente, pelos mais de três milhões de navios naufragados, que se estima existirem, desde o mediático Titanic até aos navios de Cristóvão Colombo, para além de outros vestígios subaquáticos que não navios. Conforme é referido numa brochura da UNESCO (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization), “um naufrágio, assim como uma ruína submersa é uma cápsula do tempo esperando para ser revelada”. Todos estes vestígios podem contribuir para o conhecimento histórico e social da humanidade e são um testemunho inestimável da cultura das civilizações passadas."



"O interesse pelos sítios e artefactos arqueológicos são diversificados. Vão desde a comunidade científica que quer preservar e analisar esta valiosa fonte de informação, até às empresas de turismo, em geral, e em particular as dedicadas ao mergulho de lazer, e ao público, que continua a frequentar os museus sobre estas matérias (v.g. o navio Mary Rose em Portsmouth). Dentro destes interesses, há um que não pode ser esquecido: as empresas que desenvolvem actividades como caçadoras de tesouros para fins comerciais e cujo principal objectivo é a obtenção de lucro. A exploração, recolha e comércio destes artefactos são actividades lucrativas, normalmente associadas à utilização de técnicas destrutivas que fazem desaparecer todo o conhecimento (v.g. furto e utilização de explosivos)."



"Tendo em atenção que as actividades subaquáticas são milenares e sempre foram fundamentalmente relacionadas com actividades militares e económicas (resgate de bens perdidos nos naufrágios e recolha de recursos naturais), porquê esta preocupação relativamente recente com este património? As preocupações arqueológicas surgem quando o património começa a ficar em perigo. Desde meados do século XX, quando foi inventado o escafandro autónomo (Self Contained Underwater Brea­thing Apparatus - SCUBA), que se passaram a atingir maiores profundidades no mergulho. Actualmente já se consegue descer a 140 metros com circuito fechado, para além da possibilidade de serem usados aparelhos não tripulados."



"Assim, com o progresso nas técnicas de exploração e com uma acessibilidade a es­tes equipamentos sem precedentes, os fundos marinhos e os vestígios arqueológicos e históricos nele assentes ficam exploráveis por empresas e pessoas sem preparação, nem formação, mas essencialmente sem escrúpulos. Como referiu Francisco Alves (Director do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática), citado pelo jornal Expresso, sobre a nau portuguesa descoberta na Namíbia: trazemos conhecimento para casa, conhecimento para o futuro. É a diferença entre nós e os caçadores de tesouros, cujo objectivo é o lucro. De facto, a profundidade já não protege da depredação e destruição."



A RESPOSTA DO DIREITO



"A resposta que a comunidade internacional está a dar às actividades dos caçadores de tesouros, que procuram as lacunas no ordenamento jurídico, para, na falta de protecção jurídica, poderem explorar e apropriar-se de objectos com vista só ao lucro, passou pela criação de uma convenção internacional, a Convenção da UNESCO para a Protecção do Património Cultural Subaquático (Convenção da UNESCO de 2001). Esta Convenção entrou em vigor para os Estados-partes em 02 de Janeiro de 2009, integrando Portugal o grupo inicial de vinte países, ao ter ratificado a Convenção em 2006."



"A recepção desta Convenção no ordenamento jurídico Português implicará uma alteração do quadro legal nacional. Este contém diversos diplomas que dispõem sobre o património cultural subaquático, no que concerne à competência, ao regime e às disposições sancionatórias. Assim, a competência nesta matéria, no continente, é do IGES­PAR, I.P. – Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Decreto-Lei n.º 215/2006, de 27 de Outubro, entre outros), embora outras entidades também tenham nas suas atribuições a preservação e a protecção deste património (v.g. Sistema de Autoridade Marítima)."



"Quanto ao regime que rege a actividade arqueológica subaquática, está em vigor o Decreto-Lei n.º 164/97, de 27 de Junho. Este diploma já não respondia, de forma cabal, à necessidade de protecção do património cultural subaquático, mesmo antes da entrada em vigor da Convenção, pois só “protege” o que se encontra para o interior das 12 milhas náuticas, i.e. mar territorial e águas interiores, para além de outras águas que pertencem ao domínio público lacustre e fluvial. Deste modo, este diploma não inclui ainda, no seu quadro sancionatório, contra-ordenações relativas a trabalhos ilícitos na zona contígua (ZC - entre as 12 e as 24 milhas náuticas), cuja legitimidade para fiscalizar encontra fundamento no art. 303.º da Con­venção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), em conjugação com o Decreto-Lei n.º 34/2006, de 28 de Julho (“Lei do mar”)."



"Importa aqui salientar que a fiscalização é uma tarefa essencial. Nesta matéria, o paradigma é colaboração, pois embora a actividade de fiscalização do cumprimento das disposições do diploma seja da competência do IGESPAR, este pode solicitar a colaboração de outras entidades. É no âmbito desta necessidade de colaboração que surgiu o Decreto Regulamentar (DR) n.º 86/2007, de 12 de Dezembro, que visa regular, de forma integrada, a articulação, nos espaços marítimos sob soberania ou jurisdição nacional. No que a esta matéria diz respeito, o DR dispõe que, na ZC, os órgãos locais da Autoridade Marítima adoptam medidas cautelares e urgentes de fiscalização e de polícia."



"Devido aos problemas já explicitados no início, a comunidade internacional vem desde há alguns anos a mostrar a sua preocupação e a recomendar a criação de uma convenção sobre a matéria ora em apreço, pois a CNUDM só dispõe de dois artigos relevantes (arts 149.º e 303.º), que têm sido considerados manifestamente insuficientes. Neste sentido, foram dados diversos passos ao longo dos anos, desde recomendações, a declarações de princípio, projectos de convenções por entidades relevantes (UNESCO, Conselho da Europa, Cultural Heritage Committee da International Law Association), ou mesmo a Carta do ICOMOS (International Council on Monuments and Sites) sobre a Protecção e Gestão do Património Cultural Subaquático. Finalmente, a 2 de Novembro de 2001, surge a já citada Convenção da UNESCO, que ora entrou em vigor. Trata‑se de uma Convenção específica para esta matéria e reflecte a consciência da comunidade internacional relativamente à importância cultural e histórica deste património e os perigos crescentes associados e pela qual efectuaremos um breve excurso."



"A Convenção define património cultural subaquático como todos os vestígios da existência do homem de carácter parcial ou totalmente, periódica ou continuamente, submersos há, pelo menos, 100 anos. Um princípio essencial é que os Estados têm obrigação de conservar o património cultural subaquático em benefício da humanidade. Dentro desta obrigação, a conservação in situ, i.e. no leito marinho, é considerada como a primeira opção. Esta manutenção no local é importante em termos científicos e respeita o contexto histórico do objecto, para além de atingir o equilíbrio com o ambiente e ficar melhor preservado. O mar torna-se o protector da sua presa. Outro dos grandes princípios é a prevenção da exploração comercial e da especulação. Esta regra vem estabelecer que estes bens não têm carácter comercial, pelo que não devem ser negociados, comprados ou trocados. Foi necessário acabar com a tradição antiga do princípio “first come, first served” das normas sobre os salvados marítimos. A Convenção não regulamenta a propriedade ou titularidade de um bem cultural entre as várias partes interessadas (normalmente entre Estado costeiro e o Estado de pavilhão). Também não toma opção, relativamente aos direitos sobre os navios ou aviões de Estado, entre o princípio da imunidade soberana (um navio ou aeronave de Estado, mesmo afundado, em qualquer local, mantém a sua imunidade e também a propriedade do Estado) e o princípio da protecção do património cultural. Neste âmbito, o Estado Português, embora defenda que o princípio da imunidade soberana deva ser respeitado, o que deseja é que o seu património cultural subaquático seja protegido e investigado, e que contribua para o desenvolvimento da ciência e da cultura. Foi o que aconteceu quando da descoberta dos vestígios de nau portuguesa do século XVI, descoberta em Abril de 2008 ao largo da Namíbia."



"Dependendo da localização, nas zonas marítimas, dos bens arqueológicos, a Convenção estabelece regimes específicos, pelo que passaremos a descrever sucintamente aqueles que são inovadores."


"Na Área a legitimidade para actuar é só do Estado de pavilhão do navio de onde parte a actividade relativa aos bens arqueológicos (cada país tem obrigação de legislar no sentido dos seus nacionais comunicarem as descobertas). Por outro lado, a Zona Económica Exclusiva e a Plataforma Continental são zonas de jurisdição muito limitada, no que diz respeito aos bens arqueológicos, pelo que a palavra-chave da Convenção é cooperação, associada a uma obrigação de comunicação internacional. Se nenhum Estado tiver jurisdição sobre o local, será nomeado um Estado coordenador com competência estabelecida na Convenção."


"Por fim, uma palavra sobre o Anexo; este é constituído por 36 artigos (com base na carta de ICOMOS) e é uma parte essencial desta Convenção, pois contém regras práticas, de carácter técnico, que já representam um padrão internacionalmente aceite, mesmo antes da sua entrada em vigor, no tratamento e na investigação do património cultural subaquático."


CONCLUSÃO


"Face ao exposto, importa reter os seguintes pontos conclusivos:


Portugal aderiu à Convenção da UNESCO de 2001, o que demonstra a vontade de integrar o grupo dos que querem efectivamente proteger o património cultural subaquático, lutando contra os saques e pilhagens, e contra a delapidação deste património comum da humanidade."


"A entrada em vigor da Convenção de 2001, a 02 de Janeiro de 2009, obriga os Estados a adaptar a sua legislação nacional. Portugal não é excepção, pelo que o Decreto-Lei n.º 164/97, de 27 de Junho terá que ser alterado, estabelecendo procedimentos obrigatórios para as diversas zonas marítimas, ligados a um adequado regime contra-ordenacional, por forma a exercermos uma protecção eficaz."


"Por último, a palavra-chave – cooperação. Para além da cooperação externa, também a cooperação interna é muito importante e deve haver sensibilização pelos órgãos competentes, nas matérias da arqueologia subaquática para que todas as entidades públicas participem na fiscalização destas actividades com o fim de evitar práticas ilícitas. A Marinha certamente está disponível e pronta para esta “batalha”."


"Sabemos que estas poucas linhas são uma pequena gota num oceano de informação. No entanto, com muitas pequenas gotas de água se faz um mar e, neste mundo, ainda algo misterioso, porque escondido debaixo da água, é preciso juntar as gotas, colaborar, estarmos atentos e trabalhar em equipa, pois “da distracção da maioria se faz a profundeza de alguns” (Vergílio Ferreira)."


por António Neves Correia, CFR


"Nota: texto adaptado de uma palestra efectuada na Academia da Marinha, em 06NOV08, no Symposium “Os Naufrágios Portugueses e Espanhóis no Arquipélago dos Açores” (em fase de publicação)"

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Dá-me Lume

Chegaste com três vinténs
E o ar de quem não tem
Muito mais a perder
O vinho não era bom
A banda não tinha tom
Mas tu fizeste a noite apetecer
Mandaste a minha solidão embora
Iluminaste o pavilhão da aurora
Com o teu passo inseguro
E o paraíso no teu olhar



Eu fiquei louco por ti
Logo rejuvenesci
Não podia falhar
Dispondo a meu favor
Da eloquência do amor
Ali mesmo à mão de semear
Mostrei-te a origem do bem e o reverso
Provei-te que o que conta no universo
É esse passo inseguro
E o paraíso no teu olhar



Dá-me lume, dá-me lume
Deixa o teu fogo envolver-me
Até a música acabar
Dá-me lume, não deixes o frio entrar
Faz os teus braços fechar-me as asas
Há tanto tempo a acenar



Eu tinha o espírito aberto
Às vezes andei perto
Da essência do amor
Porém no meio dos colchões
No meio dos trambolhões
A situação era cada vez pior
Tu despertaste em mim um ser mais leve
E eu sei que essencialmente isso se deve
A esse passo inseguro
E ao paraíso no teu olhar



Dá-me lume, dá-me lume
Deixa o teu fogo envolver-me
Até a música acabar
Dá-me lume, não deixes o frio entrar
Faz os teus braços fechar-me as asas
Há tanto tempo a acenar



Se eu fosse compositor
Compunha em teu louvor
Um hino triunfal
Se eu fosse crítico de arte
Havia de declarar-te
Obra-prima à escala mundial
Mas eu não passo dum homem vulgar
Que tem a sorte de saborear
Esse teu passo inseguro
E o paraíso no teu olhar
Esse teu passo inseguro
E o paraíso no teu olhar


Jorge Palma

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Passos Seguros - 2ª edição

Com início no passado dia 20 de Fevereiro de 2009, na Escola Secundária de Esgueira - Aveiro, no âmbito da semana cultural desta mesma escola, foi inaugurada pelo vereador da Câmara Municipal de Aveiro a 2ª edição da exposição "Passos Seguros".

A exposição, patente ao público na biblioteca da escola encontra-se disponível até data indeterminada, pelo que fica lançado o convite de visita a todos os interessados.

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Recordar é Viver... Saudades que deixei (e outras tantas que trouxe)...




Saudades que deixei


Uma caixinha, encontrei;
Então dentro dela;
Eu guardei.
Tudo o que tinha comigo.

Muito enfeitada, por fora;
brilhava chamava atenção.
contente, exibia a caixinha;
que sempre estava a mão.

não preocupava, com nada.
Ali, meus valores, depositava;
não, a deixava em casa.
Os sonhos, dentro dela guardava.

Roubaram -me, ela um dia;
que distraída fiquei;
fizeram então uma armadilha;
Então a ela, não mais achei.

Sem os valores, que tinha;
dos sonhos que depositei.
por anos a fio,na bela caixinha;
e desiludida, chorei.

Sem sonho, e sem atenção.
andando sem, rumo
nova caixinha, encontrei
não, tão bela, nem perfeita,
como aquela que muito ânsiei

Mas logo abrindo ouvi;
uma melodia,sublime.
Vislumbrei os tesouros;
daquela caixinha também.

Mais bonito, e precioso;
do que, tinha a mão.
Guardo, com cuidado e carinho.
mas seus tesouros, dispenso a rodão.


Por: JOSYONE


Publicado no Recanto das Letras em 14/02/2008

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

13 de Fevereiro - ainda há dias 13 em que a sorte nos bate à porta

Preparava-me para dentro de alguns minutos partir de Coimbra rumo a casa, já de fim-de-semana antecipado. Sentado na esplanada de um café com amigos, entre risos e conversas, distraio-me a olhar para o lado. Aquele rosto transbordava familiaridade. Inquietei-me.
Conheço esta cara de algum lado, mas será mesmo a pessoa de que estou a pensar? - interrogava-me.
Após algumas expressões "quebra-gelo" solta-se, meigamente, a confirmação:
- Sim, sou eu mesma.
Estavam resolvidas todas as dúvidas, era mesmo Aura Miguel, a incansável jornalista da Rádio Renascença que acompanhou todas as viagens papais de D. João Paulo II, e agora com Bento XVI já vai pelo mesmo caminho.

Há alguns anos atrás recebi da minha madrinha Graça a fantástica oferta de um livro intitulado "Porque Viajas Tanto?". Longe de imaginar que algum dia da minha vida, sentado a tomar café, iria ter o prazer de conhecer e conversar com a sua autora.

Passaram-se alguns minutos de simpática conversa até que Aura Miguel desenrola o novelo do que a trouxe, neste dia (13) de Fevereiro até Coimbra:
- "Hoje é um dia muito especial, só por isso estou aqui. Logo ás 18:30 ali no Carmelo estará presente o Cardeal D. José Saraiva Martins. Vem de Roma e traz consigo "boas-novas", de Sua Santidade o Papa Bento XVI, referentes à Beatificação da Irmã Lúcia. Porque não vens? - perguntava-me ela.

- Estou de partida para casa.

- Podias ficar, e ir só amanhã, não te irás arrepender e será para ti uma oportunidade única...


-------- (...) --------

Foi mais forte do que a minha vontade de ir para casa. Facilmente resolvi ficar.
Passei por casa buscar o material fotográfico, e após algumas mensagens estava o assunto resolvido - o Jornal Universitário de Coimbra (versão On-Line) ficou interessado numa FotoReportagem acerca do acontecimento.

Dia 13, um dia em que a superstição nos leva a crer que é dia de azar, eis a sorte a bater-me à porta.


A igreja do Carmelo de Coimbra estava repleta de fiéis, de Clero e de comunicação-social. Os fotógrafos amontoavam-se - parecia uma conferência de imprensa do Cristiano Ronaldo.


O cântico inicial deu o pontapé-de-saída, neste caso de entrada, e dá-se inicio à Celebração Eucarística. Surge a procissão de entrada e eis que em último lugar vem D. José Saraiva Martins, iluminado pelos incontáveis flashes dos fotojornalistas.

Com a Eucaristia a chegar ao fim está na hora da "Boa Nova". Uma folha de papel A4 é o suporte que transporta a mensagem de Bento XVI dizendo que concede que seja encurtado o período de espera até ao Inicio do Processo de Beatificação da Irmã Lúcia, podendo este ser iniciado desde já.

Soaram as palmas, a alegria estava presente no rosto de todos.

Na Sacristia o Cardeal Saraiva Martins não teve descanso e as perguntas dos jornalistas teimavam em não terminar.

Separadas apenas por uma forte e grossa grade de ferro as Irmãs Carmelitas esboçavam sorrisos e soltavam palavras - sabe-se lá quando voltam a ver novamente tanta azáfama ...


Fica a minha partilha de alegria.


























quinta-feira, novembro 29, 2007

"Passos Seguros"

Convido todos os meus amigos e amigas a visitar a minha exposição fotográfica "Passos Seguros", registos de São Tomé e Príncipe.

Trata-se de uma colectânea de 10 fotografias em formato 20cm/30cm que estará patente ao público em Coimbra, no Bar Quebra Costas de 7 a 30 de Dezembro.

Estão todos convidados para a inauguração que decorrerá a partir das 22 horas do dia 7 de Dezembro.




Conto com a vossa presença amiga









sábado, setembro 22, 2007

Tudo era diferente: o Sol, a Praia e Tu!



Imagina só, só e simplesmente só que prostrada numa areia branca e quente, sob um sol tropical, adormecias ao início da tarde e deixavas-te ali a sonhar, sonhos novos, nunca antes sonhados por ti. E adormecias.

Os sonhos conduziam-te a um imaginário. Não a um imaginário qualquer, mas, àquele imaginário especialmente colorido pelas flores, pelas árvores e pelos animais, aquele imaginário de criança que brinca descalça pela irregularidade das pedras do chão da rua.

Uma pessoa especial merece ter sonhos especiais de imaginários igualmente especiais.

A tarde já ficava tarde, era hora de a tarde se esconder e dar lugar à noite. O Sol fez questão de se despedir pessoalmente de ti, e foi-se embora devagarinho, dizendo-te adeus a cada passo que dava por detrás das nuvens claras. Eis no céu uma bela composição de cores. Tonalidades africanas que só mesmo lá se podem ver. Era lindo aquele Sol, era lindo aquele céu, eram lindas aquelas águas calmas da praia serena, eras linda tu, tudo á tua volta era belo. Tanta beleza junta ao mesmo tempo e no mesmo local que nem tu querias acreditar que estavas simplesmente a acordar dum sonho para uma realidade que naquela hora também parecia ser um sonho. Deixaste-te sonhar, deixaste-te acordar, despediste-te do Sol e também tu abandonaste aquele local.

Chegaste de novo a casa e nem querias acreditar que tinhas sonhado algo tão especial. Também tu não querias acreditar que eras naquele espaço especial uma pessoa especial.

Mas sentias dentro de ti uma voz meiga que de mansinho te dizia que na verdade estavas ali. Sentias um sonho a apoderar-se de ti, a comandar-te a vida – tu, que sempre quiseste ser tu mesma a comandar a tua própria vida, sentias-te agora a ser comandada por um sonho.

O teu mundo começou a pular e a avançar como uma “bola colorida entre as mãos de uma criança”. Sentias-te uma criança e sentias que essa bola colorida que saltava nas tuas mãos era simplesmente aquele Sol diferente que se tinha despedido de ti naquela praia.

Simplesmente: a ausência do SIMPLES!

Congelo-me frequentemente a pensar qual será o verdadeiro significado banalmente atribuído à expressão “é simples”. Mas o que é que “é simples”?

Acredito que para um mecânico seja simples trocar a cabeça de um motor, acredito que para um chefe-de-cozinha seja simples fazer um bitoque com batatas-fritas e um ovo-a-cavalo, que para um alfaiate seja simples cortar tecido e fazer um belo traje africano, um sanguê, ou algo do género, que para um padre seja simples abençoar um retrato, que para um escritor seja simples juntar palavras e escrever um best seller, que para um economista ou um gestor seja simples deixar ao fim do mês alguns trocos de sobra na carteira, mas, e fica-se por aí o significado do “é simples”? – Acredito que não.

Assim sendo, continuo sem saber o que é que “é simples”.

Se o Homem é um ser imperfeito significa que também nas suas obras existem erros, concordas? Então, até um especialista comete erros. Se até um especialista erra significa que até nas coisas que para si são simples podem haver falhas, logo, se até naquilo que se domina existem erros onde reside a simplicidade? – o facto de uma coisa ser simples de fazer não significa que não se possa errar, era isso que ias dizer? Não digas.

Será correcto usar-se a expressão “é simples”?

É verdade que para algumas pessoas tudo parece, verbalmente, simples, contudo, também “é simples” ver-se pessoas a não conseguirem executar aquilo que intitulam de “simples”.

Como é que um ser tão complexo quanto o é o Ser Humano consegue ver simplicidade nas suas próprias obras? Apenas se pode encontrar, ainda que bruscamente, um resposta – classificar a dificuldade das coisas não é tarefa que esteja reservada aos humanos mas sim a Deus. Não quero, pois, reduzir ou desqualificar as capacidades que temos enquanto pessoas mas, na verdade nada numa vida complexa poderá ser “simples”.

Há heróis, vencedores e pessoas notáveis. Se chegar-mos perto dessas pessoas e perguntar-mos se foi simples chegar onde chegaram qual será a resposta?

_ Cheguei onde cheguei graças a muitos sacrifícios, foi preciso “comer o pão que o Diabo amassou” para chegar até aqui. Ora aí estão as belas das respostas estandardizadas sempre prontas a responder às “questões-tipo” frequentemente colocadas.

Acredito que “seja simples” dar uma resposta destas quando se quer tirar dela alguma rentabilidade e admiração.

Na verdade, parece-me que nada há e nada se consegue nesta vida sem sacrifício – dita-o o senso comum – e a simplicidade onde reside?

Há, no entanto, pessoas simples, mas, será simples viver de forma simples quando ao seu lado se erguem estranhas riquezas? Como consegue aquela criança brincar com um pneu de automóvel ou com um carrinho de madeira se ao seu lado um menino joga playstation e o seu irmão vê filmes no computador? É simples?

Como consegues tu percorrer quilómetros a pé com uma bacia cheia de roupa à cabeça para ires lavá-la ao rio mais próximo e veres que ao teu lado vive um senhor que na sua grande casa tem uma máquina na qual se mete a roupa suja e passados alguns minutos ela sai lavada, e que guarda alguns carros topo-de-gama na garagem ao lado dos seus barcos e motas-de-água? É simples?

Não é simples.

Vai às compras!

As tuas sapatinhas já são da colecção passada, ainda não viste o catálogo da nova colecção? E andas tu aí na rua com umas sapatilhas já ultrapassadas e que por acaso até já têm uma entrada de ar do lado direito! Deixa-te de ser poupado e vai àquela loja nova que abriu ali no novo centro comercial e compra umas sapatilhas novas, da nova colecção.

Tinhas já o destino traçado para as tuas poupanças do dinheiro que ganhaste a trabalhar no Verão, agora acabaste de ouvir uma voz que te encosta a uma decisão – ou compras umas sapatilhas da moda ou acabas sozinho, desprezado pelos teus “amigos”.

Solta-se em ti um grito silencioso nessa tua voz alta abafada pela multidão. Pegas na tua carteira velha e nas tuas economias, fechas a porta de casa e sais para a rua – é como lançar um pedaço de carne para o meio das feras. Percorres turisticamente todas as lojas do Shopping e acabas por concluir que não há nada que te agrade. Mas… o teu “amigo” disse-te que as tuas sapatilhas já estão ultrapassadas.

Ficar sozinho, abandonado pelos “amigos” é a última coisas que alguém deseja na vida.

Compras-te as sapatilhas, mesmo sem gostares delas - agora vais ter muitos amigos. Os amigos serão teus ou das tuas novas sapatilhas?

Queres ter novos amigos?

Vai às compras!

terça-feira, setembro 18, 2007

(Des)fruta - (Des)flora


Estrelícia







Fruta-Pão







Maracujá

segunda-feira, setembro 17, 2007

Acende a lanterna e alimenta a conversa eterna

Aprendi mais do que sei, sei coisas que desconheço, ando em busca das palavras que são lidas ao contrário, ou quem sabe do avenço. Faz-me falta o que já tenho, os sonhos que construí, só as minhas mãos tão cheias desmentem o que não fiz. Apenas faço um aceno, um sinal diz após dia, sentado à beira do mundo para dizer que estou aqui, e quem me achar que me acompanhe ao lugar onde queria e não consegui – sorrir.

Tudo acontece de repente, até quem sempre fala a verdade depois mente. Fico com sono apenas para não ler mais uma vez as páginas riscadas do livro que me persegue. Pergunto-lhe se quer ser lido, e ele responde que o dia é comprido demais para ser vivido. Sento-me sossegadamente na cadeira de bambú que trouxe das índias, fumo um cachimbo-de-água para apaziguar enganosamente a minha mente que me desmente da verdade que eu próprio quero esconder. Tudo passa, tudo corre, e até o tempo morre de velho por tanto esperar por mim. A vida é mesmo assim, meu neto, diz ele. E eu, claro, guardo eternamente as suas sábias palavras de quem já muito viveu, e agora apenas merece sentar-se ao meu lado a contar-me histórias vividas com o sofrimento próprio da sua altura. Eu escuto-o, eu amo-o, pois ele é o meu avô.

Deixo a acalmia do mar e parto rumo à imensidão da azáfama citadina. Pego na mala e com dois beijos me despeço dele, até ao meu inesperado regresso. Sei que ele fica, acompanhado, sentado, à minha espera.

E tu, o que queres fazer da vida? Continuar a aparecer em animações de rua a fazer de marioneta, ou preferes encarnar e tornar-te pessoa?

Vê a realidade das coisas e deixa prós outros a vontade de se mutilarem em minas inactivas.

Cheguei à cidade, estou pronto para almoçar ou jantar contigo. Continua de pé o que tínhamos combinado ou a tua assessora diplomática não te autoriza a almoçar comigo em horário laboral? Deixa-te dessas coisas.

Encara a vida com a tua vontade própria. Sê amiga de quem quiseres ser e deixa de parte os juízos de valor que te obrigam a adquirir por jurisdição de outras cabeças que não a tua. Eu sei que é difícil sair da rede depois de tu mesma teres entrado nela por tua própria e livre vontade. Mas… agora aguenta-te, não te lamentes com a falta da presença dos ausentes. E olha, acredita que isto não é mais um dos meus devaneios em Hip-Hop, é apenas uma forma sincera de falar sem que se note.

Deixo-te com o ponto final da frase, que também poderá ser ponto final noutras circunstâncias, sem que seja necessário recorrer às abundâncias das intolerâncias vividas e sofridas pela falta de diálogo livre. Todas as conversas sob controlo poderão agora ficar, agora, apenas circunscritas a um simples rolo, de papel higiénico. Assim, poder-te-ás limpar a elas em momentos de aflição. Daquelas aflições que poderão ocorrer quando o facto de se ingerirem bebidas alcoólicas provoca a inactividade da profilaxia da diarreia. Tudo acontece da mesma forma que a táctica de caçar a presa na teia. Ficarás para sempre presa à tua correia. Excepto se tiveres a força suficiente para a quebrares.


Esta palha é para ti, mesmo que seja comida por outros... a digestão apenas tu a farás...

Gosto das tuas palavras como tu as escreves e não como os teus editores as publicam...

sábado, junho 02, 2007

Caricaturar um caricaturado

domingo, abril 01, 2007

Ou é, ou não é? Como é que é?

Acabou de jantar, pegou num guardanapo de papel e limpou das superfícies externas dos lábios os restos de comida que pingavam da boca. Agarrou no seu copo, ainda com um resto de vinho verde seco fresco, e, levando-o à boca, bochechou-a para retirar das entranhas dentais os pequenos fragmentos alimentares que por lá se alojavam.

_Escova e pasta de dentes?

_Não, obrigado, assim é mais rápido, ela nem se importa com a minha higiene oral, apenas quer a minha atenção, a minha calma, os meus bitaites de conversas sem jeito nenhum, só quer isso, mais nada. Fica bem, vou sair um pouco. Beber um copo, ou talvez, quem sabe... tomar um café com natas.

_ Boa sorte, companheiro de guerra-fria.

Entrou no café, naquele ao lado de sua casa, o Tasco, como lhe chama um dos seus muitos "amigos". Assim que o seu pé direito pisou o tapete de entrada começou logo a sentir calores. Não era ela, era a máquina do café que estava avariada e naquele preciso momento começara a deitar vapores quentes, vapores, calores… que máquina aquela!

Sentou-se, esticou o indicador e pediu um café cheio. Chegou dez minutos depois de o ter pedido, o que vale é que se foi entretendo a ler um pasquim regional. Não leu as notícias, não viu as fotografias, nem as publicidades, apenas se concentrou nos Classificados.

_ Tinha lá uma... bem, nem te digo nada. Linda, robusta, paradisíaca, mas... cara. Não tenho dúvidas de que necessitaria de bastante dinheiro para a sustentar. Aparentava ter muitas e grandes divisões, mas, como o preço fugia dos meus limites, fechei o jornal.

_Chegou, aí está ela, é mesmo ela.

Puxou de uma cadeira da mesa que estava vazia ao seu lado e pediu uma Super Bock Green. Bebeu-a de uma só vez, pagou e saiu. Ele saiu logo atrás, e gritou:

_ Ó jeitosa, ó, ó tu aí!! Ou é, ou não é? Como é que é?

_ É.

segunda-feira, março 05, 2007

Eu e Tu = Nós

Estava eu deitado no calor dos lençóis, numa destas noites de frio quando, num dos muitos momentos de pensamentos adormecidos, me começam a "escorregar" pela imaginação uns versos soltos, que até se encaixavam entre eles. Para não correr o risco de adormecer, e no dia seguinte já não me recordar de tal criação espontânea, levantei-me, peguei em papel e caneta e comecei a debitar.


Pode não ser nada de fantástico, pode não ser nada literário, mas, pode ser...



Eu...


Sobre mim caiu o Outono
e a ilusão da Primavera
deu-me agora ao abandono.

Que só como se estivera
como barco que seu dono,
no mais alto mar perdera.




Tu...


Asas da juventude adormecidas
despertam em ânsias de voar...

e ao voltar
podes chegar!...


Assim fica registado, da superficialidade momentânea, um pensamento existencialmente sentido.

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Bússola - projecto humanitário. Vamos Ajudar!




Caros amigos e amigas, desta vez venho falar-vos de causas humanitárias. Espero que todos vocês gostem de solidariedade, mas mais importante do que gostar é ser-se.

Quem acha que neste mundo se consegue fazer tudo e mais alguma coisa sozinho está, a meu ver, redondamente enganado, e eu que o diga.

Eu faço parte de um projecto de voluntariado missionário, a Bússola, e este ano, tal como tem vindo a acontecer há já quatro anos, queremos que haja a concretização deste projecto.

Trata-se de um projecto criado e alimentado por jovens universitários e recém-licenciados das mais diversas áreas científicas, projecto de cariz humano e solidário. Nasceu há quatro anos em Coimbra e tem a sua sede no CUMN - Centro Universitário Manuel da Nóbrega, nesta mesma cidade.

Este ano também eu vou embarcar rumo à Missão. São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau são os destinos. Todos sabemos da carência, económica e social destes povos que, não sendo possuidores de valores materiais, ostentam em si aquilo que de mais precioso existe na humanidade: o sorriso rasgado e o coração aberto, sempre prontos a acolher quem até si se desloca para oferecer um pouco de diferença.

Somos jovens que vivemos conduzidos por objectivos e sonhos, sempre a acreditar que “o sonho comanda a vida e sempre que um homem sonha o mundo pula e avança como uma bola colorida entre as mão de uma criança”.

É nosso desejo que mais uma vez os nossos sonhos se tornem realidade. Podemos sonhar sozinhos mas a concretização dos nossos sonhos apenas se torna possível com a ajuda de todos. É nesta perspectiva que partilho convosco a importância e “mais-valia” que o vosso contributo económico, humano e cordial virá certamente a revelar-se no coração daquelas crianças.

Posso, sem dúvida, afirmar que a satisfação de quem colabora em projectos humanitários, não é apenas uma estatística ou uma curiosidade. É um objectivo que todos nós queremos prosseguir, sempre com a audácia de contribuir para um mundo mais Humano, mais Justo e mais Fraterno.

Quem estiver interessado em colaborar conosco pode fazê-lo de diversas formas: ao nivel económico, ao nível material (roupas, calçado, brinquedos, etc etc), comprando as nossas agendas lindas, as nossas t-shirts (muito fexanes), participando nas nossas iniciativas, do tipo: jantares, convivios, etc etc... Muitas surpresas, muitas novidades, muitas formas de contribuir um pouquinho mais na melhoria de vida de quem precisa. Para isso basta darem uma vista de olhos lá pelas vossas arrumações, pelo vosso porquinho-mealheiro e depois contacterem-me por e-mail ou pelo número 962448778.

É importante termos a vontade de marcar a diferença. As nossas acções por si só já são a marca de uma diferença.

Estamos perfeitamente conscientes de que o brilhantismo das nossas acções de solidariedade depende muito das pessoas que colaboram connosco.

A Bússola conta convosco. As crianças de São Tomé e Príncipe e da Guné-Bissau contam com todos nós.





Hoje por elas, amanhã por nós


Com consideração e gratidão

Eu sei que podemos contar convosco...


Apesar de ainda estar a nascer, podem, e devem, dar uma olhada em: www.abussola.org

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Natal de Jesus ou Natal de aparências ?!?

Amigos e amigas estou de regresso às postagens, mas só agora, é que com os exames à porta não há tempo para mais nada...

Contudo, hoje quero dedicar uns minutinhos a um tema mais que falado, mas ao mesmo tempo, indispensável.

Refiro-me a esta época que nos encontramos a festejar e a "gastar". O Natal para os cristãos é, ou pelo menos deveria de ser, a comemoração do aniversário de nascimento de Cristo, mas todos sabemos que só assim é sentido por uma minoria de pessoas, se é que essa minoria existe. Para muitos o Natal é sinónimo de gastos absurdos, consumo em massa, correrias eufóricas atrás dos mais "bombásticos" produtos. Um autêntico jogo de aparências causado pela incapacidade de resistir às técnicas de markting das montras das grandes superfícies comerciais. Se aquele amigo me oferece uma prenda de 10 euros então eu vou ter que lhe dar no mínimo uma retribuição desse valor para não me sentir envergonhado. Uma verdadeira falácia de "sentimentos".

O verdadeiro Natal é o de Cristo, pois sem Cristo não teríamos Natal. A própria palavra Natal deriva do étimo latino "natalis,-is", que significa "dia-do-nascimento", assim sendo, festejar o Natal é comemorar, recordar o dia-de-nascimento de Cristo. Mas, na verdade, damos presentes a toda a gente menos ao aniversariante. Para além disso até mesmo no acto de oferecer estamos a errar. Se as ofertas que fazemos fossem um símbolo da nossa presença na vida do outro seria então uma óptima atitude, mas na verdade o que fazemos é dar um presente para substituir a nossa presença na vida do outro, do género: "dou-te isto e vou-me embora porque já aqui ficas com uma lembrança minha para te recordares de mim, e adeus, vou-me embora". E pronto, na casa da outra pessoa fica a nossa ausência representada por um presente, um presente a substituir-nos.
Será que este é o Natal que Cristo quer para nós? Pois, muito sinceramente eu acho que não. O verdadeiro Natal é eu sair do meu comodismo e entregar-me ao outro que nem um sorriso tem, que nem um naco de pão pode trincar, porque nem isso tem. O verdadeiro Natal é eu passar frio durante um dia para aquecer alguém que passa frio durante todo o ano. Era lindo, não era? Pois era. Mas... mas... mas... são tantos os "mas" que colocamos á frente da nossa entrega ao próximo. É tão lindo dizer: "ah e tal, eu sou católico mas não sou praticante", pois... tá tudo dito...


Desejo a todos um Santo e Verdadeiro Natal na companhia dos mais pobres, ou pelo menos dos mais cridos, e eu ano novo cheio de solidariedade e Missão.

São os meus sinceros votos para todos


*****

segunda-feira, novembro 27, 2006

"Portugal vale a pena"

Amigos (as) há algum tempinho que aqui não escrevo nada de novo. Os prazos de apresentação de trabalhos apertam, a data das frequências aproxima-se e todo este turbilhão de carga horária ocupada com o estudo e com a fotografia pro jornal universitário "ACabra" reflecte-se, "non solum sed etiam", aqui na ausência de novidades. Hoje não vai ser excepção, contudo, e como recebi um e-mail que me agradou bastante, não querendo fazer plágio mas sim divulgar um pensamento muito positivo, venho-o aqui deixar para que esta visão nova de um Portugal antigo possa ser divulgada. Então aí vai...


In Revista Exportar

Artigo " Portugal vale a pena" de Nicolau Santos

"Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade de
recém-nascidos do mundo, melhor que a média da União Europeia.

Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de
tecnologia de transformadores.

Mas onde outra é líder mundial na produção de feltros para chapéus. Eu
conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os
vende para mais de meia centena de mercados.

E que tem também outra empresa que concebeu um sistema através do qual você
pode escolher, pelo seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme
que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.

Eu conheço um país que inventou um sistema biométrico de pagamentos nas
bombas de gasolina e uma bilha de gás muito leve que já ganhou vários
prémios internacionais.

E que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, onde se
fazem operações que não é possível fazer na Alemanha, Inglaterra ou Estados
Unidos. Que fez mesmo uma revolução no sistema financeiro e tem as melhores
agências bancárias da Europa (três bancos nos cinco primeiros).

Eu conheço um país que está avançadíssimo na investigação da produção de
energia através das ondas do mar. E que tem uma empresa que analisa o ADN de
plantas e animais e envia os resultados para os clientes de toda a Europa
por via informática.

Eu conheço um país que tem um conjunto de empresas que desenvolveram
sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos a pequenas
e médias empresas.

Eu conheço um país que conta com várias empresas a trabalhar para a NASA ou
para outros clientes internacionais com o mesmo grau de exigência. Ou que
desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das
auto-estradas. Ou que vai lançar um medicamento anti-epiléptico no mercado
mundial. Ou que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça. Ou que
produz um vinho que "bateu" em duas provas vários dos melhores vinhos
espanhóis.

E que conta já com um núcleo de várias empresas a trabalhar para a Agência
Espacial Europeia. Ou que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de
pagamentos de cartões pré-pagos para telemóveis. E que está a construir ou
já construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade um
pouco por todo o mundo.

O leitor, possivelmente, não reconhece neste País aquele em que vive -
Portugal.

Mas é verdade. Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por
portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com
sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses
.

Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI,
BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Primavera Software,
Critical Software, Out Systems, WeDo, Brisa, Bial, Grupo Amorim, Quinta do
Monte d'Oiro, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace,
Skysoft, Space Services. E, obviamente, Portugal Telecom Inovação. Mas
também dos grupos Pestana, Vila Galé, Porto Bay, BES Turismo e Amorim
Turismo.

E depois há ainda grandes empresas multinacionais instaladas no País, mas
dirigidas por portugueses, trabalhando com técnicos portugueses, que há anos
e anos obtêm grande sucesso junto das casas mãe, como a Siemens Portugal,
Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal, McDonalds (que desenvolveu em Portugal
um sistema em tempo real que permite saber quantas refeições e de que tipo
são vendidas em cada estabelecimento da cadeia norte-americana).

É este o País em que também vivemos.

É este o País de sucesso que convive com o País estatisticamente sempre na
cauda da Europa, sempre com péssimos índices na educação, e com problemas na
saúde, no ambiente, etc.

Mas nós só falamos do País que está mal. Daquele que não acompanhou o
progresso. Do que se atrasou em relação à média europeia.

Está na altura de olharmos para o que de muito bom temos feito. De nos
orgulharmos disso. De mostrarmos ao mundo os nossos sucessos - e não
invariavelmente o que não corre bem, acompanhado por uma fotografia de uma
velhinha vestida de preto, puxando pela arreata um burro que, por sua vez,
puxa uma carroça cheia de palha. E ao mostrarmos ao mundo os nossos
sucessos, não só futebolísticos, colocamo-nos também na situação de levar
muitos outros portugueses a tentarem replicar o que de bom se tem feito.

Porque, na verdade, se os maus exemplos são imitados, porque não hão-de os
bons serem também seguidos?"

Por Nicolau Santos, Director - adjunto do "Jornal Expresso"

quarta-feira, outubro 25, 2006

Fotojornalismo - a nova paixão

Amigos e amigas desta vez a minha escrita dirige-se a uma nova paixão.

Até há bem pouco tempo não podia nem ouvir falar de fotografia. Desde sempre me lembro das controvérsias entre mim e o meu pai quando ele me queria tirar uma fotografia para mais tarde recordar. Nunca gostei muito disso. A verdade é que “Deus escreve direito por linhas tortas” e eis que agora me encontro aficionado por esta arte. Agora arrependo-me de outrora não ter deixado o meu pai disparar contra mim. Nem sempre a memória é suficiente para guardar todas as recordações. É certo que o facto de eu me estar a iniciar neste mundo fantástico da fotografia se deve também à sua polivalência. Ou seja, dentro da interdisciplinaridade da Arqueologia também se insere a fotografia. Mas este apaixonante “hobby “ não nos permite parar. Agora dou comigo constantemente a pegar na máquina e a sair porta fora para captar umas imagens. É realmente apaixonante.

Para nos iniciarmos nesta área, entre outras possibilidades, uma delas é começar por praticar sozinho, cometendo erros, aprendendo com esses erros e com os concelhos de amigos ou conhecidos mais experientes. Uma outra forma é começar a fazer uns trabalhinhos para um jornal, seja ele impresso ou on-line, já para não falar em tirar-se um curso, o que é de facto muito bom.

Comigo está a acontecer um bocadinho de tudo isto. Conversa com amigos, troca de ideias, ensinamentos recíprocos, uns trabalhos para o Jornal Universitário de Coimbra em: http://www.acabra.net. Vão-se conhecendo fotógrafos dos mais diversos pasquins e com eles novas dicas técnicas surgem.

O fotojornalismo é, sem duvida, um estar á hora certa no momento certo e olhar para a coisa certa na hora certa. É fascinante.

Para quem não sabe exactamente do que falo ao referir-me a fotojornalismo deixo um texto da “Wikipédia, a enciclopédia livre”, que pode ajudar.

“Fotojornalismo é a prática do jornalismo por meio da linguagem fotográfica em substituição da linguagem verbal. O fotojornalismo preenche uma função bem determinada e tem características próprias. O impacto é o elemento fundamental. A informação é imprescindível, assim como o elemento da actualidade e do interesse social. É na fotografia de imprensa, um braço da fotografia documental, que se dá o grande papel da fotografia de informação, o fotojornalismo. É no fotojornalismo que a fotografia pode exibir toda a sua capacidade de transmitir informações. E essas informações podem ser passadas, com beleza, pelo simples enquadramento que o fotógrafo tem a possibilidade de fazer. Nada acontece hoje nas comunicações impressas sem o endosso da fotografia. Existem, basicamente, três géneros de fotografia jornalística:

As fotografias sociais: nessa categoria estão incluídas a fotografia política, de economia e negócios e as fotografias de factos gerais dos acontecimentos da cidade, do estado e do país, incluindo a fotografia de tragédia.

As fotografias de desporto: nessa categoria a quantidade de informações é o mais importante e o que influi na sua publicação.

As fotografias culturais: esse tipo de fotografia tem como função chamar a atenção para a notícia antes de ela ser lida e nisso a fotografia é única. A fotografia a preto-e-branco publicada em jornais existe há mais de cem anos e é uma das características do fotojornalismo. A fotografia a cores começou a ganhar espaço nos anos 70 em revistas, agora é o mais comum.”

In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fotojornalismo

Actualmente dispomos da mais complexa e diversificada gama de produtos. Desde as máquinas digitais compactas às encorpadas reflex de objectivas amovíveis. O que manda é a carteira, pois, como em tudo, a profissionalismo requer elevados custos, mas os resultados compensam e a paixão aumenta à medida dos resultados.


Citando Furio Colombo: "É ao fotojornalista que a realidade concede aquele instante único que altera para sempre a experiência de todos".






Foto: D.R.




Esta é a verdadeira essência do fotojornalismo: olha, capta, sente e transmite.


Para quem nunca experimentou o meu concelho é, experimente e divirta-se!



segunda-feira, outubro 16, 2006

Figueira da Foz - outros tempos e outras vontades

Quem não conhece o encanto da cidade da Figueira da Foz?


Eu conheço, mas, sinto pena de não a ter conhecido há uns anos atrás.

Os tempos dos nossos avós não são só tempos de más recordações. A pureza dessa vida que outrora se vivia seria hoje uma pérola preciosa, se existisse.

Os tempos mudam, mas para quem viveu nessa Figueira de outrora fica, provavelmente, a saudade a preto-e-branco.

A pobreza podia ser visível na falta de carteira de muitos, muitos que nem carteira tinham para guardar uns trocos de reis, uns dos poucos que restavam, e se restassem.

Conta-me o meu avô que à mesa uma sardinha dava para ele e para os seus cinco irmãos.

Chamamos a isso pobreza, é verdade. Mas será que a falta de pão é pior do que falta de carinho, de respeito, de seriedade, de compreensão, de Amor? Eu acho que não.

Nesse tempo dividia-se uma sardinha entre seis irmãos, agora mata-se por uns centímetros quadrados de terra.

Se há imagens que falam mais do que mil palavras, então as que se seguem não param de proferir palavras. Palavras de saudade.