sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Recordar é Viver... Saudades que deixei (e outras tantas que trouxe)...




Saudades que deixei


Uma caixinha, encontrei;
Então dentro dela;
Eu guardei.
Tudo o que tinha comigo.

Muito enfeitada, por fora;
brilhava chamava atenção.
contente, exibia a caixinha;
que sempre estava a mão.

não preocupava, com nada.
Ali, meus valores, depositava;
não, a deixava em casa.
Os sonhos, dentro dela guardava.

Roubaram -me, ela um dia;
que distraída fiquei;
fizeram então uma armadilha;
Então a ela, não mais achei.

Sem os valores, que tinha;
dos sonhos que depositei.
por anos a fio,na bela caixinha;
e desiludida, chorei.

Sem sonho, e sem atenção.
andando sem, rumo
nova caixinha, encontrei
não, tão bela, nem perfeita,
como aquela que muito ânsiei

Mas logo abrindo ouvi;
uma melodia,sublime.
Vislumbrei os tesouros;
daquela caixinha também.

Mais bonito, e precioso;
do que, tinha a mão.
Guardo, com cuidado e carinho.
mas seus tesouros, dispenso a rodão.


Por: JOSYONE


Publicado no Recanto das Letras em 14/02/2008

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

13 de Fevereiro - ainda há dias 13 em que a sorte nos bate à porta

Preparava-me para dentro de alguns minutos partir de Coimbra rumo a casa, já de fim-de-semana antecipado. Sentado na esplanada de um café com amigos, entre risos e conversas, distraio-me a olhar para o lado. Aquele rosto transbordava familiaridade. Inquietei-me.
Conheço esta cara de algum lado, mas será mesmo a pessoa de que estou a pensar? - interrogava-me.
Após algumas expressões "quebra-gelo" solta-se, meigamente, a confirmação:
- Sim, sou eu mesma.
Estavam resolvidas todas as dúvidas, era mesmo Aura Miguel, a incansável jornalista da Rádio Renascença que acompanhou todas as viagens papais de D. João Paulo II, e agora com Bento XVI já vai pelo mesmo caminho.

Há alguns anos atrás recebi da minha madrinha Graça a fantástica oferta de um livro intitulado "Porque Viajas Tanto?". Longe de imaginar que algum dia da minha vida, sentado a tomar café, iria ter o prazer de conhecer e conversar com a sua autora.

Passaram-se alguns minutos de simpática conversa até que Aura Miguel desenrola o novelo do que a trouxe, neste dia (13) de Fevereiro até Coimbra:
- "Hoje é um dia muito especial, só por isso estou aqui. Logo ás 18:30 ali no Carmelo estará presente o Cardeal D. José Saraiva Martins. Vem de Roma e traz consigo "boas-novas", de Sua Santidade o Papa Bento XVI, referentes à Beatificação da Irmã Lúcia. Porque não vens? - perguntava-me ela.

- Estou de partida para casa.

- Podias ficar, e ir só amanhã, não te irás arrepender e será para ti uma oportunidade única...


-------- (...) --------

Foi mais forte do que a minha vontade de ir para casa. Facilmente resolvi ficar.
Passei por casa buscar o material fotográfico, e após algumas mensagens estava o assunto resolvido - o Jornal Universitário de Coimbra (versão On-Line) ficou interessado numa FotoReportagem acerca do acontecimento.

Dia 13, um dia em que a superstição nos leva a crer que é dia de azar, eis a sorte a bater-me à porta.


A igreja do Carmelo de Coimbra estava repleta de fiéis, de Clero e de comunicação-social. Os fotógrafos amontoavam-se - parecia uma conferência de imprensa do Cristiano Ronaldo.


O cântico inicial deu o pontapé-de-saída, neste caso de entrada, e dá-se inicio à Celebração Eucarística. Surge a procissão de entrada e eis que em último lugar vem D. José Saraiva Martins, iluminado pelos incontáveis flashes dos fotojornalistas.

Com a Eucaristia a chegar ao fim está na hora da "Boa Nova". Uma folha de papel A4 é o suporte que transporta a mensagem de Bento XVI dizendo que concede que seja encurtado o período de espera até ao Inicio do Processo de Beatificação da Irmã Lúcia, podendo este ser iniciado desde já.

Soaram as palmas, a alegria estava presente no rosto de todos.

Na Sacristia o Cardeal Saraiva Martins não teve descanso e as perguntas dos jornalistas teimavam em não terminar.

Separadas apenas por uma forte e grossa grade de ferro as Irmãs Carmelitas esboçavam sorrisos e soltavam palavras - sabe-se lá quando voltam a ver novamente tanta azáfama ...


Fica a minha partilha de alegria.