segunda-feira, novembro 27, 2006

"Portugal vale a pena"

Amigos (as) há algum tempinho que aqui não escrevo nada de novo. Os prazos de apresentação de trabalhos apertam, a data das frequências aproxima-se e todo este turbilhão de carga horária ocupada com o estudo e com a fotografia pro jornal universitário "ACabra" reflecte-se, "non solum sed etiam", aqui na ausência de novidades. Hoje não vai ser excepção, contudo, e como recebi um e-mail que me agradou bastante, não querendo fazer plágio mas sim divulgar um pensamento muito positivo, venho-o aqui deixar para que esta visão nova de um Portugal antigo possa ser divulgada. Então aí vai...


In Revista Exportar

Artigo " Portugal vale a pena" de Nicolau Santos

"Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade de
recém-nascidos do mundo, melhor que a média da União Europeia.

Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de
tecnologia de transformadores.

Mas onde outra é líder mundial na produção de feltros para chapéus. Eu
conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os
vende para mais de meia centena de mercados.

E que tem também outra empresa que concebeu um sistema através do qual você
pode escolher, pelo seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme
que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.

Eu conheço um país que inventou um sistema biométrico de pagamentos nas
bombas de gasolina e uma bilha de gás muito leve que já ganhou vários
prémios internacionais.

E que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, onde se
fazem operações que não é possível fazer na Alemanha, Inglaterra ou Estados
Unidos. Que fez mesmo uma revolução no sistema financeiro e tem as melhores
agências bancárias da Europa (três bancos nos cinco primeiros).

Eu conheço um país que está avançadíssimo na investigação da produção de
energia através das ondas do mar. E que tem uma empresa que analisa o ADN de
plantas e animais e envia os resultados para os clientes de toda a Europa
por via informática.

Eu conheço um país que tem um conjunto de empresas que desenvolveram
sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos a pequenas
e médias empresas.

Eu conheço um país que conta com várias empresas a trabalhar para a NASA ou
para outros clientes internacionais com o mesmo grau de exigência. Ou que
desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das
auto-estradas. Ou que vai lançar um medicamento anti-epiléptico no mercado
mundial. Ou que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça. Ou que
produz um vinho que "bateu" em duas provas vários dos melhores vinhos
espanhóis.

E que conta já com um núcleo de várias empresas a trabalhar para a Agência
Espacial Europeia. Ou que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de
pagamentos de cartões pré-pagos para telemóveis. E que está a construir ou
já construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade um
pouco por todo o mundo.

O leitor, possivelmente, não reconhece neste País aquele em que vive -
Portugal.

Mas é verdade. Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por
portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com
sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses
.

Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI,
BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Primavera Software,
Critical Software, Out Systems, WeDo, Brisa, Bial, Grupo Amorim, Quinta do
Monte d'Oiro, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace,
Skysoft, Space Services. E, obviamente, Portugal Telecom Inovação. Mas
também dos grupos Pestana, Vila Galé, Porto Bay, BES Turismo e Amorim
Turismo.

E depois há ainda grandes empresas multinacionais instaladas no País, mas
dirigidas por portugueses, trabalhando com técnicos portugueses, que há anos
e anos obtêm grande sucesso junto das casas mãe, como a Siemens Portugal,
Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal, McDonalds (que desenvolveu em Portugal
um sistema em tempo real que permite saber quantas refeições e de que tipo
são vendidas em cada estabelecimento da cadeia norte-americana).

É este o País em que também vivemos.

É este o País de sucesso que convive com o País estatisticamente sempre na
cauda da Europa, sempre com péssimos índices na educação, e com problemas na
saúde, no ambiente, etc.

Mas nós só falamos do País que está mal. Daquele que não acompanhou o
progresso. Do que se atrasou em relação à média europeia.

Está na altura de olharmos para o que de muito bom temos feito. De nos
orgulharmos disso. De mostrarmos ao mundo os nossos sucessos - e não
invariavelmente o que não corre bem, acompanhado por uma fotografia de uma
velhinha vestida de preto, puxando pela arreata um burro que, por sua vez,
puxa uma carroça cheia de palha. E ao mostrarmos ao mundo os nossos
sucessos, não só futebolísticos, colocamo-nos também na situação de levar
muitos outros portugueses a tentarem replicar o que de bom se tem feito.

Porque, na verdade, se os maus exemplos são imitados, porque não hão-de os
bons serem também seguidos?"

Por Nicolau Santos, Director - adjunto do "Jornal Expresso"